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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

NATAL, MEMÓRIA, CHARITAS E LIBIDO

No primeiro Natal de que me lembro,  eu tinha pouco mais de quatro anos, nosso pai me levou ver o presépio e eu achei que o Menino Jesus tinha dente de ouro. Deveria ser algum reflexo de luz na boca da imagem. No café da manhã de 25/12 de 1952, nossa mãe partiu uma grande bolacha em forma de cabrito, deu um pedaço a cada um e.... sobrou cabrito...
Naquele Natal, eu ganhei um caminhãozinho azul. Pedi ao pai para cortar o brinquedo ao meio e ele fez isso com uma serrinha. Nosso pai era muito habilidoso com trabalhos manuais. Ele ficou triste, pois tinha acabado de comprar o presente, mas quis me atender. Pedi para ele pôr um arame que ligasse os dois pedaços e saí brincando feliz com o caminhãozinho pelo assoalho da casa, fazendo com a boca o barulho do motor. Foi um dia muito feliz. Com o tempo aprendi que a felicidade não é indispensável...Indispensável é o amor, que os antigos gregos designam por "charitas" e que São Jerônimo e seus ajudantes traduziram para o Latim da Vulgata por "caridade", diferenciando-a de ágape e de libido, ainda que o étimo deste último persista no Alemão "LIEBEN" e seus compostos, sem o sentido de libido e libidinoso consolidados no Português.

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